A lenda urbana que envolve Arrivé D’un Train em Gare a La Ciotat representa de maneira fidedigna, apesar de exagerada, a reação da platéia ao cinematógrafo. Embora sequer fizesse parte da apresentação original de 28 de dezembro de 1895, diz-se que os espectadores fugiram em pânico, aterrorizados com o trem que avançava em diagonal do fundo do quadro para o primeiro plano. Através da capacidade técnica do aparelho – que unia instantâneo fotográfico, perspectiva central, profundidade de campo e o fenômeno da persistência retiniana –, estava em jogo não apenas a ilusão do movimento, como também, e principalmente, a imersão dos sentidos e do corpo que tornasse crível, na tela branca constituída pelos eixos vertical e horizontal, a terceira dimensão da imagem.
Contudo, não pertencia exclusivamente ao cinematógrafo o mergulho do corpo no espetáculo. Exemplo pioneiro de sistema imagético imersivo foi o panorama, tipo de pintura mural (patenteada em 1787 pelo escocês Robert Barker) construída em rotundas de grandes dimensões – 20 a 30 metros de altura e 50 a 70 metros de diâmetro – e ao redor de uma plataforma central, de onde público se maravilhava com representações históricas e da natureza em 360º.

Nos EUA, o panorama se tornou moving picture: era a imagem que se movimentava, não os espectadores, que se mantinham parados – uma vez instalados em lugares que simulavam trens ou barcos, assistiam a telas pintadas que se lhes desfilavam por horas. Mais tarde, os moving picture substituíram as pinturas por imagens cinematográficas."
O resto do texto, vídeos e outras imagens encontram-se no site http://www.revistamoviola.com/2007/12/20/a-modernidade-e-o-inicio-do-cinema/ fonte do texto retirado a cima.
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